O que é medicina integrativa na visão de Clínica de Longevidade

Está com dor de cabeça? Dê analgésico.
A garganta inflamou? Entre com antibióticos.
A região está inchada? Toma logo um anti-inflamatório.

Se, assim como eu, você percebe algo de errado na forma como o senso comum pensa a medicina, então vai se interessar pela medicina integrativa; uma abordagem médica que vem ganhando cada vez mais força no país.

“Medicina integrativa é a prática da medicina que reafirma a importância da relação entre o paciente e o profissional de saúde, é focada na pessoa como em seu todo, é informada por evidências científicas e faz uso de todas as abordagens terapêuticas adequadas, profissionais de saúde e disciplinas para obter o melhor da saúde e da cura.” (health and healing).

Eu conheci essa definição do Consórcio Acadêmico Americano de Medicina Integrativa e Saúde na minha pós-graduação Bases em Saúde Integrativa e bem-estar, do Hospital Albert Einstein.

Um curso que recomendo para qualquer pessoa com nível superior que queira evoluir no entendimento da saúde e se tornar um ser humano melhor.

Por meio desta formação, pude evoluir conceitualmente a Clínica de Longevidade, incorporando novos conceitos e aprimorando meu raciocínio sobre saúde e bem-estar.

O objetivo deste post é estabelecer significados importantes para quem quer compreender essa nova proposta na medicina, que dá soluções mais completas para nossos sintomas e veio para ficar.

Medicina Integrativa

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A medicina convencional não é tradicional

Até mesmo entre profissionais de saúde, é bastante comum usar errado os termos para falar das diversas atuações na medicina. Isso gera uma confusão que atrapalha o pleno entendimento do assunto.

Portanto, para uma melhor compreensão, vou definir o significado de cada um dos termos utilizados.

➢ A medicina convencional:

A medicina convencional é a abordagem atualmente estabelecida e aceita na comunidade. É o conjunto de métodos diagnósticos, o entendimento da doença e os tratamentos e orientações já estabelecidos no senso comum. 

O convencional é aquilo que é ensinado em qualquer faculdade de Medicina, aquilo que é esperado de tratamento em um plano de saúde privado ou mesmo pelo SUS.

Assim sendo, é convencionado que a Medicina seja baseada em evidências científicas e as terapias sejam farmacológicas.

Ideias comuns da medicina convencional (note que todos nós sabemos delas):
– dar antibiótico para tratar infecções;
– realizar a quimioterapia no câncer;
– ir ao ginecologista anualmente para fazer o preventivo e diagnosticar precocemente câncer de colo de útero;
– orientar um tabagista para que pare de fumar e prevenir câncer de pulmão.

➢ Medicina tradicional:

É a medicina de povos tradicionais, cuja existência antecede o modelo científico atual baseado em evidências. Sua comprovação se deu pela experiência de uso ao longo dos anos, às vezes, centenas e milhares de anos.

Exemplos sempre lembrados são a Medicina Tradicional Chinesa ou Medicina Indiana (Ayurveda). Contudo, entendo que outros sistemas antigos, como o indígena, o tibetano e o conhecimento popular das ervas, também sejam classificados como medicinas tradicionais.

Incluo nesta lista demais formas antigas de tratar e entender o adoecimento humano que têm linguagem conceitual e recursos terapêuticos.

São exemplos: Antroposofia, a Terapia Neural, a Homeopatia e Homotoxicologia.

Assim, uma terapia tradicional poderá ser utilizada como complementar, quando associada ao tratamento convencional, ou alternativa, quando utilizada no lugar dele.

Os dois conceitos serão apresentados a seguir.

➢ Medicina alternativa:

Quando se fala em alternativo, significa que quem o escolhe não fará um tratamento convencional.

São mais lembrados como opção a doenças graves, por exemplo, no tratamento alternativo para o câncer. Assim, por não haver eficácia comprovada e poder trazer um risco à vida, o termo é frequentemente mal visto pela medicina convencional.

Contudo, para situações mais simples, como uma infecção de garganta ou urinária, tratamentos alternativos podem substituir o antibiótico.

Terapias como a homeopatia ou acupuntura ajudam bastantes nesses casos, desde que com o devido conhecimento.

➢ Tratamento complementar:

São procedimentos realizados em associação ao tratamento médico convencional. Ou seja, condutas prescritas de maneira a não interferir, mas, sim, para auxiliar no processo.

Por vezes, visa minimizar os sintomas da doença ou mesmo os efeitos colaterais da terapia convencional. Em suma, o objetivo da terapia complementar é integrar para a melhor qualidade de vida do paciente.

Vale esclarecer que um tratamento será complementar quando estiver associado ao tratamento convencional, mas será considerado alternativo se o substituir.

EXEMPLO: DIANTE DE UMA DOR DE CABEÇA.

O tratamento convencional é tomar analgésico, mas existem outras maneiras de lidar com a dor de cabeça. Por exemplo, aplicando o Do-in, uma técnica de automassagem. Este procedimento será alternativo se for a única terapia empregada. Entretanto, se o analgésico for utilizado, o Do-in então passa a ser complementar.

➢ Medicina Integrativa:

A medicina integrativa é uma abordagem “open-minded”, ou seja, que busca a união de saberes em benefício do ser humano. Aliás, a medicina integrativa é centrada no ser humano ao invés da doença.

Como o próprio nome já sugere, seu objetivo é integrar tratamentos complementares ao tratamento médico convencional.

Tudo isso, com base nas evidências científicas e por meio de procedimentos frequentemente menos invasivos.

Como o próprio nome já sugere, seu objetivo é integrar tratamentos complementares ao tratamento médico convencional.

Tudo isso, com base nas evidências científicas e por meio de procedimentos frequentemente menos invasivos.

➢ Clínica de Longevidade:

Durante minha especialização em Saúde Integrativa e Bem-Estar, pude entender o que é a medicina integrativa.

A partir dela evolui minha visão da Clínica de Longevidade, o que vou aprofundar mais adiante.

Espero que tenha ficado mais claro o entendimento sobre todos esses significados. Achei importante conceituar cada um deles para que a gente possa integrar conhecimentos para evoluirmos na forma de tratar e prevenir doenças.

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Perguntas de consultório da Dra. Suellen Vieira Araújo (CRM-RJ 95182-0), disponíveis online

Aplicação dos conceitos

Primum non nocere … primeiramente não causar mais danos.

Este é o princípio ético que rege a prática médica e que deve ser considerado em qualquer abordagem em medicina. Ou seja, significa que uma conduta médica só pode ser utilizada quando seus benefícios superam seus riscos.

Por consequência, o objetivo das condutas médicas deve ser a cura sem malefícios. Porém, quando não é possível curar, a terapia deve se propor a amenizar o sofrimento, melhorando a qualidade de vida.

Inegavelmente, a medicina convencional considera este princípio ético quando indica uma conduta farmacológica ou cirúrgica. Na verdade, muitas vezes uma droga ou uma cirurgia é o único recurso terapêutico conhecido diante das evidências.

Da mesma forma, quando um tratamento alternativo é escolhido, considera-se a mesma premissa: não causar mais danos. Assim, todas as abordagens têm a mesma finalidade, melhorar a vida do paciente.

Contudo, a medicina não é uma ciência exata. Os benefícios nem sempre são conquistados e nem todos os riscos são conhecidos. É por isso que cada opção terapêutica e diagnóstica deve ser analisada individualmente, de preferência, com a participação ativa do maior beneficiado (ou prejudicado) nas condutas, o próprio paciente.

Tradicionalmente, a medicina convencional coloca o paciente em uma posição passiva. Muitas vezes, ele simplesmente recebe um procedimento, sem tempo de adquirir conhecimento para aceitar de forma mais consciente a conduta médica.

Já a medicina integrativa estimula a responsabilidade individual do paciente sobre a própria saúde, por meio da educação em autocuidado (ensinar cada um de nós como cuidar de si). Mesmo que apoie o modelo convencional, essa abordagem torna o paciente mais atuante no seu próprio tratamento e vai incentivar a associação de práticas complementares, cujas evidências mostram benefícios superiores quando comparadas às abordagens convencionais isoladas.

Ex: pacientes com câncer tem menos efeitos colaterais à quimioterapia quando realizam meditação.

A medicina integrativa é um movimento para nos relembrar o verdadeiro propósito da medicina: desenvolver conhecimento para manter saúde. Entendo que um médico que integra vai além das técnicas e protocolos. Embora respeite as evidências científicas, é capaz de informar ao paciente todas as opções terapêuticas, com seus riscos e benefícios. Acima de tudo, um médico integrativo respeita a autonomia de crenças e escolhas individuais.

Até quando a expectativa de vida vai aumentar?

Nos últimos 100 anos houve uma grande transformação no modo de viver da maioria de nós, seres humanos. Menos guerras, mais higiene e educação fizeram com que hoje seja possível observarmos um envelhecimento global da espécie humana.

Contudo, as novas gerações nascem em um ambiente diferente daquele em que nossos bisavós e avós cresceram. Diante disso, questiono se essa longevidade se manterá com nossos descendentes.

Não é necessário pensar no futuro. Basta ver o agora: os jovens já estão com diagnósticos de doenças e tomando medicamentos.

O grande desafio deste século é assegurar que nossa longevidade ocorra pela extensão do tempo de saúde e não pelos anos que podemos passar doentes e com baixa qualidade de vida.

Para isso, ter saúde e a melhor experiência de vida agora é a primeira condição para planejar nossa longevidade.

Aumentar o tempo de vida em que um indivíduo está sem debilidade ou doenças é o objetivo de medidas preventivas. Mas, embora saiba da importância da prevenção, a medicina convencional nunca foi boa nisso…

Na verdade, tanto quanto prevenir, também queremos reverter doenças. Esta é a evolução que qualquer abordagem médica deseja observar. É por isso que não deve existir a medicina convencional contra a medicina integrativa. O importante é ouvir todos os lados e extrair o melhor de cada um desses conhecimentos.

Portanto, para essa evolução é necessário construir referências claras sobre parâmetros de avaliação de saúde ao invés de critérios diagnósticos de doença.

Os princípios da Clínica de Longevidade

Com conhecimento e evolução do estilo de vida, acredito que seremos capazes de viver por mais de 100 anos, com saúde. Eu pesquiso as evidências disponíveis para alcançar a longevidade de maneira sustentável, ou seja, sem doenças. Logo, pessoas saudáveis devem manter-se com saúde e as doentes devem promover as mudanças no estilo de vida que levam à reversão da doença.

➢ O que é saúde?

Estado de bem-estar físico, mental e social, não apenas a ausência de doença. (Organização Mundial de Saúde)

Se ausência de doença não indica uma vida saudável, devemos refinar nossas referências de saúde para que sejam detectados os primeiros sinais de desequilíbrio bem antes que a doença seja instalada.

A Clínica de Longevidade tem 4 pilares: Autonomia, Monitoramento, Evolução e Sustentabilidade.

Autonomia verdadeira só é possível com conhecimento. Por isso, a educação e a “tradução” de conhecimento específico de profissionais de saúde são compromissos da Clínica de Longevidade.

O monitoramento do corpo humano traz parâmetros necessários para a avaliação de qualquer conduta médica ou atitude de um indivíduo.

Os biomarcadores de longevidade são parâmetros mensuráveis utilizados por médicos e que qualquer pessoa aprenderá a monitorar. Neste contexto, você deixa de ser paciente e vira um parceiro. 

Quanto mais conhecimento tiver, maior será sua capacidade de intervir na sua saúde e menor será sua dependência.

Assim, você consulta seu médico para certificar-se de que está no caminho certo de recuperação da sua saúde.

➢ Autorregulação

É a habilidade que um ser humano tem de regular a si próprio, com a mínima intervenção externa. Trazendo para nossa realidade, é a capacidade de diagnosticar os desvios das referências de saúde física, mental e social.

A partir daí, intervir para que a saúde seja restabelecida e mantida de forma autônoma, em coerência com a natureza (atitudes sustentáveis).

Assim, você evolui a partir de metas mensuráveis, que aumentam as chances de manter saúde.

E, por fim, a sustentabilidade é a meta fundamental para a longevidade. Garantir que a saúde é mantida apenas com recursos sustentáveis. Ou seja, que sua vida não dependa de recursos que você não tenha conhecimento ou bens materiais para suprir.

➢ Sustentabilidade em medicina

Qualquer orientação médica que visa resguardar sua autonomia para autorregulação.

Quando a orientação é sustentável, você, seus familiares ou a comunidade são capazes de promover a manutenção e/ou recuperação da saúde. Isso ocorre sem risco da descontinuidade de um tratamento pela impossibilidade de provê-lo, seja pela carência financeira e/ou pelo desconhecimento.

Conclusão: Medicina integrativa para a longevidade

A compartimentalização do conhecimento foi necessária para avanço tecnológico visto nas últimas décadas. Em contrapartida, fez com que a medicina se tornasse cada vez mais técnica e distante do seu propósito primordial: a manutenção do bem-estar humano.

Enquanto profissionais de saúde, definimos a verdade a partir de análises estatísticas e estabelecemos protocolos de conduta sem a empatia e a sabedoria necessárias. Precisamos saber discernir como as evidências médicas dos artigos científicos devem ser aplicadas ao ser humano diante de nós.

Buscamos o diagnóstico de lesões nas estruturas orgânicas e alterações metabólicas definidas por exames de imagem e laboratoriais. Só, então, aplicamos a terapêutica farmacológica, com sua ação inibitória das reações químicas do corpo e efeitos colaterais. Mas, dessa maneira, não são consideradas as causas e as circunstâncias que levam o paciente a expressar um sintoma. Este é um exemplo do senso comum da forma de tratar, a qual denominamos medicina convencional.

A experiência do sistema médico convencional descrito acima, quando totalmente distanciado do bem-estar do paciente, configura-se um desrespeito à vida humana natural. Atribuo a este sistema, que prioriza condutas sintomáticas às preventivas e educativas, a responsabilidade pela alta prevalência de doenças crônico-degenerativas e a deterioração progressiva da qualidade de vida do envelhecer ao morrer.

Esta experiência é desastrosa, não apenas do ponto de vista social como também o financeiro. Afinal, gera alta dependência da população por serviços médicos especializados, elevando o custo para todos: Estado, setor privado e usuários.

Resgatar a autonomia do paciente sobre sua saúde nos levará de volta ao momento na história em que paramos de evoluir de forma sustentável, como indivíduos e sociedade.

Para retomar nossa evolução social, é a hora de integrar todo o conhecimento que desenvolvemos no último século. Integrar o conhecimento entre as diversas especialidades médicas que surgiram, bem como a própria medicina com as ciências de base.

Sobretudo integrar o paciente no seu próprio processo terapêutico. Com conhecimento, ele exerce a sua autônoma plena e torna-se responsável pelas suas escolhas. Uma realidade buscada pela medicina integrativa.

Quando alcançarmos esse nível de integração, estaremos mais próximos de documentar curas para as doenças que hoje prevalecem na humanidade e, assim, trilhar o caminho seguro para a longevidade.

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Escrito pela Dra. Suellen Vieira Araújo (CRM-RJ 95182-0)

Confio na capacidade inata do corpo humano de curar-se. Este maravilhoso corpo humano, com uma mente inteligente e disciplinada, munida de conhecimento, será capaz de se manter saudável e equilibrado, sozinho, com autonomia e sustentabilidade.

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