Capitulo 1

No último ano da faculdade eu queria salvar vidas. Naquela época, para mim, salvar vidas era como nos filmes e seriados de emergência nos quais o médico, heroicamente, dava um choque no peito das pessoas, levando, novamente, o coração a bater!

Eu precisava aprender isso e, para tanto, optei em estagiar meus últimos 5 meses de faculdade em uma unidade de tratamento intensivo.
Contudo, ao invés de salvar vidas, essa experiencia me fez questionar todo o aprendizado e minhas próprias crenças a respeito do ser humano e da medicina.

Dos 22 leitos de cuidados intensivos da unidade em que estagiei, 70% eram ocupados por pacientes com doenças crônicas sem perspectiva de melhora de sua qualidade de vida. Grande parte deles, na verdade, estavam em um CTI apenas esperando para morrer.

Quanto mais próximo da morte chegavam, mais tempo passavam sedados, tendo suas funções fisiológicas mantidas artificialmente.

Os rins eram substituídos por hemodiálise, pulmões inflados por um tubo na traqueia acessado pelo pescoço, eram alimentados por um cano na barriga que ligava uma sacola com conteúdo indigesto ao estômago, evacuavam sob o uso de laxativos e, nos últimos dias de vida, se é que podemos chamar isso de vida, a pressão arterial é mantida com o uso de drogas continuamente injetada na veia do pescoço ou da virilha do paciente, pois nenhuma das veias comumente utilizadas aguentaria as mais de 30 doses de drogas sintéticas administradas diariamente.

Para esses seres humanos cuja morte se aproximava, as últimas percepções sensoriais não eram o afeto e calor humano dos seus familiares, e sim um quarto gelado, o som irritante do monitoramento cardíaco, luzes artificialmente piscando e a solidão apenas quebrada pelo auxiliar de enfermagem que entrava, rotineiramente, para administrar mais drogas e anotar as funções vitais.

Lidando com essa situação diariamente, eu me perguntei: isso que é medicina avançada? Manter as funções vitais como uma máquina quando as funções do ser humano já deixaram de existir?

Presenciar o sofrimento e, sobretudo, a violência com que a morte é frequentemente “combatida”, me trouxeram uma inquietude tão grande que me motivaram a questionar tudo que eu havia aprendido até então.

Muito debate pode ser desenvolvido a partir desses questionamentos. Minha necessidade de obter respostas para essas e muitas outras perguntas me fizeram despertar.

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Capitulo 2: A busca pelo conhecimento

E assim, aos 24 anos, contra o que todos na faculdade diziam e, inclusive, até o que eu mesma previamente acreditava, tomei a decisão de não fazer uma residência médica.
Se eu realmente quisesse adquirir um ponto de vista diferente daquele que me foi ensinado, capaz de silenciar toda essa minha inquietude diante do sofrimento humano, eu deveria estudar por conta própria.

Sem saber o caminho a seguir, iniciei dois cursos de medicinas ditas alternativas: um de práticas ortomoleculares e outro de medicina tradicional chinesa. Não terminei nenhum deles, mas foram suficientes para me dar um norte.

Por um ano inteiro, freqüentei cursos e congressos pelo Brasil, na tentativa de obter conhecimento com médicos reconhecidos nesse meio.

Gastei muito dinheiro e tempo até adquirir senso crítico para pesquisar sozinha e admitir que o conteúdo oferecido comercialmente no país não é suficiente para satisfazer meus anseios.

Meus interesses não são modestos. Eu queria entender a cura por milagres, compreender e explorar o efeito placebo, afinal, que maravilha é esse que cura sem nenhuma droga, apenas pela mente? Eu desejava encontrar respostas também coerentes para as origens do adoecimento humano.

Pela observação e prática clínica adquirida trabalhando com mais de mil pacientes nos meus dois primeiros anos como médica, a crença dogmática e simplista da genética já não mais me satisfaz.

Tem mais coisa aí que origina adoecimento humano,
Se me conformo que a genética, algo imutável, é a principal causa das doenças, minha terapêutica vai se limitar a drogas supressoras de sintomas. Está, então, armado o palco para a cronicidade das doenças, sustentado pela farmacologia, que, para muitos médicos, é o único recurso terapêutico disponível.

Apesar da alimentação e o movimento do corpo desempenharem importância fundamental para a manutenção da saúde, nada aprendi sobre isso na faculdade. Ao me aprofundar nesses temas descobri que, embora façam parte dos meus recursos terapêuticos, também não são suficientes para explicar a origem do adoecimento.


Afinal, em uma comunidade com hábitos semelhantes, as doenças se expressam de formas distintas.

Foi o contato com terapias antigas de cura que ampliou minha visão a respeito do adoecimento.
A medicina tradicional chinesa, por exemplo, tem um sistema de diagnóstico completamente diferente da medicina ocidental. Eles falam de 5 elementos, canais energéticos, fazem diagnóstico pelo pulso e língua, dizem que emoções interferem na saúde dos orgãos e mais um monte de coisas que a medicina ocidental sequer admite a existência. A questão é que se essa medicina permaneceu viva por milhares de anos tratando o país mais populoso do mundo, só por isso, sua eficácia já não pode ser contestada.

A grande diferença entre a medicina aplicada hoje e essas outras medicinas ditas como alternativas é que a primeira aceita somente aquilo que ela consegue compreender o mecanismo de funcionamento, enquanto a segunda aceita a aplicabilidade de fenômenos ainda longe da compreensão científica atual.

Com o tempo, deixei de achar ser a dona da verdade e comecei a olhar com mais humildade para meu paciente, aceitando como possíveis os fenômenos inexplicáveis pelo meu conhecimento.
Melhoras instantânea de dores, alívio dos mais diversos sintomas com um único grupo de vitaminas passaram a fazer parte da minha prática com o uso das novas terapias.

Intervir com respeito ao ser humano e observar os fenômenos, aceitando humildemente que não conseguirei sozinha controlar todos os pormenores que complexamente regulam a saúde, foram os ensinamentos que aprendi com a experiência, pelos erros e acertos. Do reino dos deuses, descobri que sou mais útil como mera espectadora da natureza humana.

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