A cólica menstrual é um sintoma tão comum durante o período menstrual que, muitas pessoas acreditam que elas sejam algo normal e inevitável.

Existe um certo conformismo entre as mulheres e, até mesmo, entre muitos profissionais da área da saúde a respeito da cólica menstrual e, como consequência, muitas vezes, todo o incômodo, dor e desconfortos que elas geram são tidos como pouco importantes.

Mesmo quando as dores durante a menstruação comprometem as atividades diárias das mulheres, prejudicando trabalho, atividades físicas, domésticas ou de lazer, é comum que isso seja normalizado.

Existe uma cultura em nosso meio de que cólicas menstruais são inevitáveis e que todas as pessoas que menstruam devem conviver com isto por toda a vida.

Cólicas menstruais e fluxo intenso não é normal
Você não precisa conviver com cólicas menstruais e fluxo intenso até que chegue a menopausa

Porém, não é bem assim! Cólicas de forte intensidade, sintomas de TPM muito acentuados, como irritabilidade, choro fácil ou vontade de comer doces, inchaço, fluxo intenso com duração de muitos dias… Nada disso é simplesmente normal!

Um ciclo menstrual fisiológico, ou seja, normal e saudável é aquele que pode ser considerado um sonho de consumo de todas as pessoas: com um ciclo regular e período menstrual com duração de 3 a 4 dias, fluxo de intensidade mínima, livre de cólicas, inchaço e TPM. Qualquer variação disso e, principalmente, um ciclo que interfira em suas atividades do dia a dia deve ser investigado!

Ter um ciclo menstrual saudável, sem cólica menstrual e todos os outros sintomas, é um sinal de que sua saúde como um todo vai bem, assim, a busca por esse ciclo menstrual saudável sem qualquer incômodo pode e deve ser uma meta para a manutenção da saúde de cada uma de nós, mulheres.

As alterações menstruais podem significar algum desbalanço hormonal ou desequilíbrio na fisiologia natural do corpo e, portanto, devemos estar sempre atentas ao nosso ciclo e às alterações que o nosso corpo sofre durante o período menstrual.

Se você constantemente sofre com cólicas menstruais, é importante excluir doenças como endometriose, mioma uterino e dismenorreia, que têm como apresentação clínica alterações no ciclo menstrual, principalmente, cólicas intensas.

Buscar por um modo de vida mais saudável e também, buscar por um ciclo menstrual “dos sonhos” deve ser um dos objetivos para você conquistar mais qualidade de vida!

Neste artigo, você vai entender um pouco mais sobre as 3 principais doenças relacionadas à cólica menstrual, endometriose, mioma e dismenorreia.  Mesmo que a gente saiba que nem toda cólica menstrual seja uma doença, você vai compreender que não precisa sentir tal desconforto todo mês.

Capa do artigo Fluxo Intenso e cólica menstrual

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Quais doenças podem causar cólica menstrual?

Endometriose, mioma uterino e dismenorreia são doenças relacionadas a ciclos menstruais de fisiologia anormal e, por isso, os sintomas e investigação das três ocorre de forma muito semelhante.

Os sintomas mais comuns dessas três doenças são:

  • Cólica menstrual;
  • Sangramento uterino anormal, ou seja, fluxo intenso e prolongado ou sangramentos fora do período menstrual;
  • Dor pélvica ou abdominal fora do período menstrual;
  • Infertilidade;
  • Fadiga;
  • Anemia;
  • Dor durante as relações sexuais.

Como os sintomas da endometriose, do o mioma uterino e da dismenorreia, são bem parecidos, o médico pode iniciar uma investigação completa e detalhada da história clínica e exames laboratoriais e de imagem para que o diagnóstico seja definido. 

A seguir, você vai entender um pouco mais das diferenças e especificidades de cada doença.

1. O que é endometriose?

A endometriose é uma doença que acomete o tecido que reveste o útero, chamado de endométrio.

Durante o ciclo menstrual, o endométrio é depositado no útero e se multiplica, aumentando a sua espessura e criando um ambiente favorável à implantação de um óvulo fecundado que vai gerar um bebê. 

Porém, quando a mulher não engravida, não é necessário que aquele tecido permaneça no útero. Assim, uma regulação hormonal faz com que o endométrio sofra descamação e, em seguida, ele é eliminado pelo corpo na forma de menstruação.

Na endometriose, ocorre crescimento e proliferação de endométrio em locais anormais, ou seja, fora do útero. Desta forma, na endometriose, esse tecido pode ser encontrado nos ovários, trompas e, até mesmo, na região abdominal de uma mulher.

Imagem ilustrativa dos focos de endometriose

O que acontece na endometriose é que, durante o ciclo menstrual, esse endométrio que está depositado fora do local correto também sofre influência dos hormônios do ciclo.

Portanto, ele prolifera e descama junto com o endométrio uterino. Isso gera uma cólica menstrual de forte intensidade e muito desconforto.

2. O que é Mioma uterino?

O mioma uterino é causado por uma desordem hormonal que gera uma alteração nas fibras musculares que compõe a parede do útero.

Os miomas são nódulos formados pelo enovelamento dessas fibras musculares e, dependendo de onde são formados, podem causar uma sintomatologia mais ou menos específica.

70% das pessoas que apresentam mioma uterino sentem algum tipo de sintoma sendo a dor pélvica e o sangramento uterino anormal os mais comuns.

Durante o período menstrual, esses sintomas são intensificados devido a uma maior atividade uterina.

mioma uterino gere uma menstruação de fluxo intenso e cólicas menstruais muito fortes. Ademais, como os miomas são nódulos localizados no útero e se crescerem, podem gerar sintomas urinários e constipação intestinal devido à proximidade com a bexiga e intestino.

3. O que é Dismenorreia?

Dismenorreia, por sua vez, é o nome dado a um conjunto de sintomas, principalmente os dolorosos, causados pelo período menstrual.

O que caracteriza o quadro de dismenorreia é que a intensidade dos sintomas causa um desconforto tão grande que gera um comprometimento do cotidiano e das atividades diárias da mulher.

A causa da dismenorreia está relacionada à liberação de substâncias inflamatórias denominadas prostaglandinas.

Essas substâncias são liberadas em maior quantidade durante o período do ciclo menstrual que corresponde à menstruação.

A liberação exagerada de prostaglandinas promove uma contração anormal e muito intensa da musculatura uterina e, por isso, causa fortes cólicas menstruais.

Como é feito o diagnóstico da endometriose, mioma e dismenorreia?

Como é feito o diagnóstico da endometriose, mioma e dismenorreia?

Diagnosticar doenças é uma das mais importantes funções da medicina convencional. Além do médico ginecologista, no Sistema Único de Saúde e em muitos planos de saúde, a investigação e tratamento da cólica menstrual é iniciada pelo médico de família ou médico clínico geral.

A investigação diagnóstica das três doenças ocorre de forma semelhante através de uma história clínica detalhada, exames laboratoriais e exames de imagem.

Na consulta cuja a queixa principal é cólica menstrual, o médico vai levar em conta a sua idade, o tempo que você sofre com cólica menstrual, a intensidade do seu desconforto e demais queixas associadas.

A história clínica, caracterização dos sintomas e identificação das particularidades de cada pessoa auxilia não somente o diagnóstico, mas a forma mais adequada de tratamento.

Os exames de imagem irão buscar as anormalidades orgânicas, e, com isso, ajudam a diferenciar o quadro clínico entre endometriose, mioma uterino e dismenorreia.

A realização do ultrassom é fundamental nesta etapa do diagnóstico pois os nódulos do mioma uterino são visualizados no ultrassom. A endometriose pode ser é de mais difícil diagnóstico, pois os implantes do endométrio muitas vezes são de difícil visualização, necessitando de exames mais detalhados, como a ressonância magnética e um olhar atento do médico radiologista e ginecologista para encontrar os implantes de endométrio fora do útero.

Já dismenorreia é um diagnóstico de exclusão. Isto significa que, quando descartamos mioma e endometriose, definimos o quadro clínico como dismenorreia, ou seja a cólica menstrual intensas e demais sintomas associados, são de origem funcional, sem uma lesão física que possa ser encontrada nas imagens.

Assim, se seu ultrassom está normal, isso não significa que não há o que fazer ou o que tratar!

Qual o tratamento convencional para endometriose, mioma e dismenorreia?

Para as três doenças citadas, o tratamento inicial inclui medicamentos anticoncepcionais. Isto, porque os anticoncepcionais são compostos por hormônios sintéticos que interferem no ciclo menstrual.

Tratamento integrativo e complementar para endometriose, mioma e dismenorreia

Um ciclo menstrual saudável é indicativo de um organismo também saudável e funcional.

Para além dos benefícios orgânicos e fisiológicos, manter um ciclo livre de cólicas menstruais, fluxo intenso, TPM, inchaço e outros desconfortos é um ponto fundamental para determinar a qualidade de vida e a produtividade de uma pessoa durante o mês inteiro.

Quando pensamos no ciclo menstrual como algo que faz parte de nosso dia a dia e que, sem dúvidas, tem grande relação com os mais diversos aspectos da nossa vida e do nosso corpo, entendemos que é possível fazer muito mais do que somente o tratamento hormonal com hormônios sintéticos para a correção de anormalidades do período menstrual.

Isto, porque está mais do que comprovado cientificamente que uma alimentação saudável, exercícios físicos e um estilo de vida mais equilibrado têm forte influência, também, sobre o ciclo menstrual.

Assim, o tratamento da dismenorreia, endometriose e mioma uterino pode, e deve, abranger mais do que a terapia hormonal com anticoncepcionais.

A Medicina Integrativa busca desenvolver uma forma de cuidado que envolva todos os aspectos de uma doença ou condição e, assim, oferecer um tratamento completo e pautado em abordagens globais que enxergam a pessoa como um todo, considerando o corpo e a mente para reestabelecer o equilíbrio fisiológico.

Ao cuidar de uma queixa de cólica menstrual, a Medicina Integrativa buscará, é claro, entender e tratar fator causal do problema. Mas a terapia agregará, também, medidas que vão para além do convencional.

Essa abordagem mais integral da saúde buscará implementar mudanças de estilo de vida, reeducação alimentar, autoconhecimento e terapias menos invasivas para promover um cuidado mais completo, equilibrado e eficiente de qualquer condição, inclusive das cólicas menstruais.

Veja também este artigo: 4 dicas para melhoras cólicas menstruais

Todas essas terapias e técnicas têm o objetivo de proporcionar um maior bem estar físico e emocional e, assim, contribuir para um tratamento completo e voltado para um modo de vida mais saudável.
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[Depoimento da médica Amanda] Sobre Terapia Neural no tratamento de cólicas menstruais

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